Bacalhoada

Lembra quando a gente era criança e a avó anunciava que ia ter bacalhoada no domingo? Aquele cheirinho que tomava conta da casa desde cedo, fazendo a gente rodar pela cozinha tentando "só experimentar um pouquinho"? Pois é, essa bacalhoada que vou compartilhar hoje tem gosto de memória boa, daquelas que a gente guarda no coração.

Um docinho que conquistou seu coração? Salve no Pinterest para encontrar depois!

Confesso que demorei anos para me arriscar a fazer uma bacalhoada em casa. Ficava com aquele medo bobo: "E se não ficar igual à da vovó?". Mas sabe quando a saudade aperta? Foi numa Páscoa longe da família que criei coragem e, vou te dizer, não é tão complicado quanto parece. Aliás, depois que você faz a primeira vez, vai querer repetir não só nas datas especiais!

Por que você vai amar essa bacalhoada

Primeiro, vamos ser sinceros: bacalhoada é aquele prato que impressiona sem você precisar ser um chef estrelado. É sério! Tá vendo aquela pessoa que sempre elogia sua comida mas você sabe que é só educação? Pois é, com essa bacalhoada até ela vai te pedir a receita de verdade.

A magia desse prato está na simplicidade dos ingredientes que juntos criam uma explosão de sabores. É como aquele amigo quietinho que quando abre a boca só fala coisa inteligente, sabe? Cada garfada traz um pouco do mar, um toque de azeite, o conforto da batata…

E o melhor? É um prato que serve uma família inteira e ainda sobra (ou não, dependendo da fome da galera). Sem falar que funciona tanto num almoço de domingo quanto numa ocasião especial. Versátil igual aquela calça jeans que serve pra tudo!

Os ingredientes

Para essa bacalhoada que faz qualquer português ter orgulho, você vai precisar de:

• 800g de lombo de bacalhau dessalgado (ou aquele que você dessalgou com todo carinho)
• 1kg de batatas médias (eu prefiro as mais "farinhentas")
• 3 cebolas grandes cortadas em rodelas (chorei horrores cortando, mas valeu cada lágrima)
• 4 tomates maduros em rodelas (aqueles bem vermelhinhos, sabe?)
• 1 pimentão vermelho em tiras (dá um colorido lindo!)
• 1 pimentão amarelo em tiras (porque comemos com os olhos primeiro, né?)
• 100g de azeitonas pretas (eu sempre coloco mais, sou viciada)
• 5 ovos cozidos cortados ao meio (aquele toque tradicional que faz toda diferença)
• 4 dentes de alho esmagados (ou 5, se você for da turma do "alho nunca é demais")
• 1 maço de salsinha picada (pra dar aquele frescor)
• 200ml de azeite de oliva extravirgem (não economiza aqui, pelo amor!)
• Sal e pimenta-do-reino a gosto (mas cuidado, o bacalhau já tem um saborzinho)

Como preparar essa bacalhoada

Passo 1: Preparando o bacalhau

Se você comprou o bacalhau já dessalgado, pule essa parte e ganhe um tempinho! Caso contrário, deixe o bacalhau de molho por pelo menos 24h, trocando a água várias vezes. Lembra daquela vez que esqueci de trocar a água e ficou salgado demais? Pois é, não cometa meu erro!

Depois de dessalgado, cozinhe o bacalhau em água fervente por cerca de 15 minutos. Retire, deixe esfriar um pouco e desfie em lascas grandes. Não desfie muito pequenininho, a graça é sentir aqueles pedaços suculentos!

Passo 2: As batatas que fazem toda a diferença

Descasque as batatas e corte em rodelas de mais ou menos 0,5cm. Não faz tão fininha que depois vira purê, nem tão grossa que demora pra cozinhar! Cozinhe em água com um pouquinho de sal por uns 10 minutos, só até ficarem al dente. Elas vão terminar de cozinhar no forno, relaxa.

Dica sincera: eu já tentei pular essa etapa e colocar as batatas cruas direto na montagem. Resultado? Jantamos quase à meia-noite esperando as batatas ficarem macias. Não recomendo!

Passo 3: Montagem – a parte divertida!

Pega uma travessa bem bonita (aquela que sua mãe te deu e você só usa em ocasiões especiais, sabe?). Espalhe um fio generoso de azeite no fundo. Agora vamos montar em camadas, tipo lasanha do mar:

• Uma camada de batatas
• Uma camada de bacalhau desfiado
• Rodelas de cebola, tomate e tiras de pimentão
• Um pouquinho de alho esmagado
• Azeitonas aqui e ali
• Mais um fio de azeite (sim, seja generoso!)
• Salsinha pra dar cor

Repita o processo até acabarem os ingredientes, terminando com uma camada de batatas por cima. Decore com os ovos cozidos cortados ao meio e mais azeitonas. Regue tudo com mais azeite (eu sei, parece exagero, mas confia em mim!).

Passo 4: Hora de ir ao forno

Leve ao forno preaquecido a 180°C por uns 35-40 minutos, ou até ficar com aquela crostinha dourada irresistível por cima. Aquele momento de abrir o forno e ver a obra-prima borbulhando? Pura felicidade!

Quando tirar do forno, deixe descansar uns 10 minutinhos antes de servir. Sei que é tentador atacar logo, mas esse tempinho faz os sabores se assentarem melhor.

Dicas de conservação

Se por algum milagre sobrar bacalhoada (o que raramente acontece na minha casa), guarde na geladeira por até 3 dias em um recipiente bem fechado. Mas te aviso: esquentada no dia seguinte fica até mais gostosa! É como aquela conversa que melhora depois de um tempo, sabe?

Para reaquecer, prefira o forno em temperatura média. Microondas funciona na correria, mas o forno mantém aquela texturazinha perfeita das batatas. Se estiver muito seca, pode regar com um pouquinho mais de azeite antes de esquentar (mais azeite, sempre mais azeite!).

Ah! E aquela pergunta que sempre me fazem: "Dá para congelar?" Dá, mas não é a mesma coisa. As batatas ficam com textura estranha depois de descongelar. Se precisar mesmo congelar, faça em porções pequenas e descongele na geladeira antes de aquecer.

Variantes e substituições

Bacalhoada é um daqueles pratos que permite adaptações sem perder a alma. Se você não encontrar bacalhau lombo (que é o mais nobre e carnudo), pode usar outro tipo de bacalhau, mas o prato fica um pouquinho diferente.

Não curte azeitonas pretas? Vai de azeitonas verdes! Ou nem coloca, ninguém vai te julgar (eu talvez julgue só um pouquinho).

Uma variação que adoro é adicionar brócolis ou couve-flor entre as camadas. Fica lindo visualmente e adiciona mais nutrientes. Minha tia coloca pimentão verde também, mas confesso que não sou muito fã.

Para uma versão um pouquinho mais leve (se é que isso é possível numa bacalhoada), você pode reduzir a quantidade de azeite. Mas já vou avisando que perde um pouco do charme tradicional!

Com o que servir essa bacalhoada

Bacalhoada já é um prato completo, mas como boa brasileira que sou, sempre acho que precisa de mais coisas na mesa! Um arroz branco bem soltinho vai super bem para quem quer uma refeição mais substancial.

Uma salada verde simples, só alface, rúcula e um molhinho de limão com azeite, é o acompanhamento perfeito para equilibrar a refeição. Aquele contraste entre o quentinho da bacalhoada e o frescor da salada? Imbatível!

E para beber? Um vinho branco bem gelado, daqueles meio secos, complementa perfeitamente. Não entendo nada de vinho, mas sempre peço "um vinho branco que combine com bacalhau" na adega e nunca me decepcionei!

FAQ

O bacalhau precisa mesmo ficar de molho por tanto tempo?
Sim! A menos que você tenha comprado aqueles já dessalgados (salvação da pátria). Se pular essa etapa, prepare-se para tomar litros de água depois de comer de tão salgado que vai ficar!

Não encontrei bacalhau. Posso fazer com outro peixe?
Tecnicamente, vira outro prato… Mas se você está com aquela vontade, pode tentar com filé de peixe branco firme como pescada ou merluza. Não vai ter o mesmo sabor característico, mas fica uma versão inspirada bem gostosa!

Precisa mesmo de tanto azeite?
Olha, vou ser sincera: precisa. O azeite faz parte da alma desse prato. É como fazer brigadeiro sem chocolate, sabe? Dá, mas não é a mesma coisa.

Quanto tempo leva para dessalgar o bacalhau?
Depende da espessura, mas pelo menos 24h, trocando a água 3-4 vezes. Se for mais grosso, pode chegar a 36h. É um teste de paciência, eu sei, mas vale cada segundo!

Dá para fazer numa panela normal em vez de ir ao forno?
Dá sim! Não fica com aquela crostinha dourada maravilhosa, mas em fogão funciona também. Só monte as camadas numa panela funda, tampe e cozinhe em fogo baixo por uns 25-30 minutos.

Sabe o que mais amo numa boa bacalhoada? Como ela junta todo mundo em volta da mesa. Tem algo mágico em servir essa travessa fumegante e ver os olhinhos brilhando ao redor. Lá em casa, vira quase um evento – as conversas fluem, as histórias antigas ressurgem, e ninguém tem pressa de levantar da mesa.

Se você tentar essa receita, me conta depois como foi! Cada família acaba criando sua própria versão de bacalhoada, e adoraria saber quais toques especiais você adicionou. E se tiver alguma dúvida durante o processo, é só perguntar – estamos juntos nessa aventura culinária! Ah, e manda foto do resultado… Adoro ver como cada bacalhoada tem a cara de quem a fez!